domingo, 31 de janeiro de 2010

..E QUE A GRATIDÃO É UM TIPO DE AMOR ESSENCIAL PARA NOS TORNARMOS MAIS FELIZES.

SERMOS GRATOS E APRECIATIVOS TRAZ MAIS FELICIDADE PARA NOSSA VIDA.
DIANTE DISSO, A PERGUNTA É : O QUE PODEMOS FAZER PARA ISSO ACONTECER?

Como prometi,uns post atrás, volto a transcrever a matéria da revista VIDA SIMPLES,de fevereiro de 2010,edição 89.
As relações humanas andam tão contaminadas do virulento individualismo selvagem que deixou-se de perceber os ganhos!Os presentes da vida.Por isso volto ao tema.
Eu sou tão grata a Dona Santa e a Fernanda, as cuidadoras da tia Ivone!
Minha tia é tratada com tanto carinho ...
Elas são oposto do conhecido refrão :
"HOMEM PRIMATA,CAPITALISMO SELVAGEM".

VAMOS À MATÉRIA:

PRÁTICA DESCONHECIDA

POR INCRÍVEL QUE PAREÇA,UMA DESCONHECIDA TÉCNICA VINDA DO JAPÃO PODE SER UMA DAS RESPOSTAS A ESSA PERGUNTA.NAIKAN É A ARTE JAPONESA DA AUTORRELFEXÃO.FOI CRIADA POR YOSHI YAMAMATO (1906-1988) UTILIZANDO OS PRINCÍPIOS DO BUDISMO DA TERRA PURA.PROCURA QUEBRAR A AVALIA;CÃO EGOCÊNTRICA DA VIDA E DESENVOLVER OUTRA PERCEPÇÃO COM RELAÇÃO A TUDO O QUE NOS RODEIA.
A PRÁTICA DO NAIKAN COMEÇA APENAS COM TRÊS PERGUNTAS BÁSICAS:

-O QUE RECEBI DAS PESSOAS NA MINHA VIDA?

-O QUE DEI A ELAS EM RETORNO?

-QUE TIPO DE PROBLEMAS OU DIFICULDADES CRIEI PARA ELAS?

PORTANTO,O NAIKAN É UMA CONTABILIZAÇÃO OBJETIVA E PRÁTICA DAS RELAÇÕES: O QUE EU DEI,O QUE GANHEI E O QUE CAUSEI. O RESULTADO DESSA CONTABILIDADE É INEVITÁVEL : GRATIDÃO.
""VIVER UMA VIDA DE GRATIDÃO É ABRIR OS OLHOS SOBRE AS MANEIRAS INCONTÁVEIS EM QUE SOMOS SUSTENTADOS NESSE MUNDO.UMA VIDA VIVIDA DESSE JEITO TRAZ MUITO MENOS SOFRIMENTO E INFELICIDADE PORQUE NOSSA ATENÇÃO NÃO MAIS ESTÁ DIRIGIDA A NÓS MESMOS MAS TAMBÉM AOS OUTROS"", DIZ GREGG KRESH,RESPONSÁVEL POR MUITOS RETIROS DE NAIKAN REALIZADOS NOS ESTADOS UNIDOS E NA EUROPA E AUTOR DO LIVRO NAIKAN - GRATITUDE,GRACE AND THE JAPANESE ART OF SELF-REFLECTION (NAIKAN - GRATIDÃO,GRAÇA E A ARTE JAPONESA DA AUTORREFLEXÃO,SEM EDIÇÃO BRASILEIRA).
AO PENSARMOS OBJETIVAMENTE ESSES DADOS,QUE NUNCA SÃO COLOCADOS NA BALANÇA,SURGE OUTRA APRECIAÇÃO DA VIDA,ATÉ MESMO UMA REVOLUÇÃO NO NOSSO MODO DE OLHAR. MUDA A NOSSA AVALIAÇÀO SOBRE NOSSOS PAIS,CÔNJUGES,EMPREGOS E O PRÓPRIO MUNDO.
""EU ME SENTI COMO OS FOTÓGRAFOS QUE ENTRAM NA CÂMERA ESCURA E MERGULHAM OPAPEL FOTOGRÁFICO NUM TANQUE CHEIO DE LÍQUIDO REVELADOR. AS IMAGENS QUE IAM SURGINDO MOSTRAVAM OUTRA REALIDADE ,MUITO DIFERENTE DA QUE EU JULGAVA EXISTIR. COMECEI A VER TUDO SOB OUTRO PONTO DE VISTA. ERA COMO SAIR DO MEU UMBIGO E COMEÇAR A APRECIAR A PAISAGEM DE UM OUTROLUGAR"", DIZ DENISE HELLMAN,QUE FEZ UM RETIRO DE NAIKAN DURANTE DUAS SEMANAS NO CANADÁ. ALTERNANDO SESSÕES DE MEDITAÇÃO NO ESTILO ZEN COM SESSÕES EM QUE RESPONDIA ÀS TRÊS PERGUNTAS COM PAPEL E LÁPIS,ELA DIZ TER REFORMULADO VÁRIOS CONCEITOS QUE A ALIMENTARAM, E A ""ENVENENARAM"",DURANTE ANOS.
""NÓS PODEMOS RECEBER ALGUMA COISA E NÃO NOS SEENTIR GRATOS. E NÃO PODEMOS FORÇAR SENTIMENTOS.ESTÁ ALÉM DO NOSSO PODER FAZER ISSO,AINDA MAIS QUANDO NÃO SE ESTÁ HABITUADO A ENTRAR EM CONTATO COM ESSE TIPO DE AMOR"",DIZ GREGG.MAS, SE HÁ O MÍNIMO DE RECONHECIMENTO DO QUE JÁ FOI FEITO,ELE SUGERE NOS CONCENTRAR NO ESFORÇO DA EXPRESSÃO EXTERNA DA GRATIDÃO QUE IRÁ DESPERTAR A EXPERIÊNCIA INTERNA."",DIZ GREGG.
ISTO É,O HÁBITO DE AGRADECER CONCRETAMENTE É QUE,AOS POUCOS, VAI GERAR SENTIMENTOS, E NÃO O CONTRÁRIO. MESMO PORQUE AGRADECER DE FORMA EXTERNA DÁ TRABALHO, NOS FORÇA A SAIR DO COMODISMO,DO FAZER SEM INTERESSE E NOS OBRIGA A RESERVAR UM TEMPO PARA ISSO. EM
RESUMO, É UM ESFORÇO.
Liane Alves

Bonito,não é?Eu nem imaginava a existência dessa técnica!
A terceira pergunta, ""que tipo de dificuldade ou problemas causei aos outros"" me parece estimula bem mais que gratidão.Nos encoraja a sermos mais transparentes.

TOME UMA ATITUDE AGRADECIDA

SE ELEVARMOS A NOSSA ATENÇÀO PARA UM PONTO DE MAIOR ABRANGÊNCIA,FICAREMOS IMEDIATAMENTE CONSCIENTES DO QUANTO TEMOS A AGRADECER. A NATUREZA SE DOA ABUNDANTEMENTE ATRAVÉS DO AR QUE RESPIRAMOS,DA ÁGUA QUE BEBEMOS, DE TODOS OS SERES MINERAIS E VEGETAIS QUE SE OFERECEM PARA NOSSA NUTRIÇÃO E BEM-ESTAR. TAMBÉM PERCEBEREMOS A REDE SE PESSOAS QUE TRABALHAM ANONIMAMENTE PARA QUE TENHAMOS CONFORTO E FACILIDADE NO DIA-A-DIA. A ATITUDE AGRADECIDA NOS CONECTA COM A GRAÇA DIVINA E, SE COM ELA COMEÇARMOS O DIA, ESTAREMOS CONSCIENTES DAS INFINITAS DÁDIVAS QUE A VIDA NOS DÁ.

O LIVRO DAS ATITUDES
SÔNIA CAFÉ
EDITORA PENSAMENTO

Paz e Luz
Cris






quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Tia Ivone e a Cris, com 1 aninho...


NÃO DO AMOR. DE MIM DUVIDO. DO JEITO MAIS QUE IMPERFEITO QUE AINDA TENHO DE AMAR.

Como é difícil amar alguém assim...inerte numa cama!Em uma fase onde, como dizem as escrituras cristãs, é só"" canseira e enfado.""
Percebo algo que não sei se passam os outros e outras,com seus acamados irreversíveis : uma frustração que me acomete, de não ter nada, nadinha que eu possa realmente fazer.
Amar,creio eu, não inclui expectativas.Não o Amor Ágape...
Mas eu tenho expectativas!
Gostaria que a tia Ivone tivesse alguma reação:mas ela permanece parada...
A medicação está correta, mas ela vai deixando tudo para lá... e o tudo dela não é quase nada:rádio,televisão,lanches gostosos.Hoje tive que ser dura para que ela ficasse de olhos abertos,para comer.


Ela quer ficar todo o tempo de olhos fechados.
Sabe Deus em que ela fica pensando!
Tenho lido sobre as fases dos cuidadores,ou responsáveis, e descubro minhas humanidades.
Difíceis de aceitar....
Pois a gente queria nossa velhinha mais sorridente...e isso é sim não aceitação do que ela pode ser,agora.



COM FREQUÊNCIA RECONHEÇO
A MINHA MÃO ESCONDIDA
DENTRO DA MÃO QUE RECEBE
A ROSA DE AMOR QUE DOU.


Essa foto postada pela Carolina Carol Carol mostra exatamente como me sinto,hoje,em relação a ela: eu é quem a coloca nesse colo...e a olha assim.

Então vou caminhando...entro no quarto e pergunto:

-Tia,quer água?

-Não...

-Tia ,quer algo para comer?

-Não...

-Tia,quer ver um filme?

-Não...

-Tia,quer um beijinho?

-Quero!

E a suposta mão sequelada,do lado direito parado, de um avc do passado agarra a minha tão forte que eu me torno a prisioneira do quarto!

ESPIANDO O MEU PRÓPRIO OLHAR,

ESCONDIDO ATRÁS ESTOU

DOS OLHOS COM QUE ME VÊS.

COMIGO MESMO REPARTO

O QUE PRETENDE SER DÁDIVA,

MAS DE MIM NÃO SE DESPRENDE.

A cada dia o cardápio de tia Ivone vai ficando difícil,mais dificuldade para mastigar e engolir.A prótese dentária machuca,diz ela.E sobra pouco para alimentá-la do jeito que ela gostaria....

Percebo também que certos gostos ela não mais distingue:ontem perguntou se estava bebendo suco de goiaba e era água de côco.Tem certas vontades que,uma vez satisfeitas,ela rejeita por achar ruim demais: coca,café preto,limonada.

E sobre a comida,ela quer o que não é mais possível dar: peixe frito..sardinha.Ela quer pegar a sardinha e morder,esse é o seu desejo, mas tem-se que catar e desfiar...aí ela recusa,diz que isso não é peixe!Outros peixes também.

Outro dia demos sorvete de creme e ela ficou feliz por estar tomando sorvete de côco.

Dança-se conforme esse tango louco que a vida da tia se tornou.

NÃO DO AMOR.DE MIM DUVIDO

QUANDO NO CENTRO MAIS CLARO

DA TERNURA QUE TE INVENTO

ENGASTO UM GOSTO DE PREÇO.

MESMO SABENDO QUE O PRÊMIO

DO AMOR É APENAS AMAR.

Thiago de Mello/Barreirinha

Março de 1984

Amor mais que Imperfeito

Paz e Luz

Cris


domingo, 24 de janeiro de 2010

ONDE ANDARÁ DULCE VEIGA?SÓ CAIO F. SABERIA...

EU ME PERGUNTO:ONDE FOI PARAR O JUÍZO DE IVONE PEREIRA? ELA,ATUALMENTE,MISTURA FANTASIA COM REALIDADE, EM SE FALANDO DE DORES.
SÃO 02H15M, E ESTOU AQUI, DE PLANTÃO,OBSERVANDO A TIA...
HOJE ELA PEDIU PARA DORMIR,ESTRANHAMENTE, 21H.TENTEI CONVENCÊ-LA A ASSITIR UM FILME,ALGO ASSIM MAS ELA FOI CATEGÓRICA.
ENTÃO COMO OBEDIENTE QUE SOU ÀS VEZES, MEDIQUEI-A E ARMEI O CIRQUINHO DELA: RICARDÃO(AQUELE ROLO DE ESPUMA PARA SE ABRAÇAR,AO DEITAR...QUE ELA CHAMA DE ""MEU MARIDO"" E EU DE ""MEU TIO""),VENTILAÇÃO ADEQUADA,INCLINAÇÃO DA CAMA PERFEITA.
E VIM PARA A SALA, LER SOBRE A VIDA DE GANDHI,PARA VER SE APRENDO....ACABEI ADORMECENDO E....
SENDO ACORDADA POR ELA, DESESPERADA.
ELA,PRIMEIRO ME DISSE QUE HAVIA UMA BOLHA ENOOOOORME DEBAIXO DELA E CHEIA DE ÁGUA!!!
ERA A BÓIA PARA NÃO ABRIREM ESCARAS.
QUANDO FUI TIRAR, VI QUE ESTAVA XIXADA.TROQUEI-A E
....TCHAN TCHAN TCHAN!!!
ELA COMEÇOU A GEMER,GEMER,GEMER...E DIZER QUE ESTAVA COM UMA DOR HORROROSA NOS QUADRIS.
DE CARA EU EMBARQUEI NA DOIDICE ,OU SEJA, ME ESTRESSEI LEGAL.ALIÁS DEVO DIZER QUE ACORDEI COM A IMPRESSÃO DE QUE AS PROFECIAS ESTAVAM SE CUMPRINDO( ESSA ONDA DE 2012...) E O MUNDO ESTAVA ACABANDO,ANTECIPADAMENTE, EM VINTEDEZ.
DEPOIS, LEMBREI QUE SÓ HOJE ELA INVENTOU OUTRAS TANTAS HISTÓRIAS QUE, NA CABEÇA DELA, ERAM DOLOROSAS.POR EXEMPLO: A DRA SABRINA PRESCREVEU UMA SALIVA ARTIFICIAL(POIS ELA DORME DE BOCA ABERTA E RESSECA LÁBIOS,LÍNGUA) PARA SER USADA SEMPRE. EU COMPREI OUTRA MARCA ,POR ESTAR EM FALTA A RECOMENDADA.
POIS A TIA DISSE QUE ""ARDIA FEITO PIMENTA!""
EU TESTEI E...NADA, SÓ O GOSTO DO BOM E VELHO CUSPE.
ENTÃO MEXI NELA PARA VER SE ERA MESMO DOR O QUE SENTIA: ERA.
A VELHA DOR QUE OS MÉDICOS DIZEM QUE DEVE SER BRONCA E QUE FICA SÓ NO BUSCOPAN MESMO.POIS INFECÇÃO,NEM PENSAR.FAZEM 10 DIAS QUE AS ESPETADAS CRUÉIS ACABARAM.TANTO QUE EU DISSE A ELA:
""SEUS PROBLEMAS ACABARAM!!!!! "" E ELA RIU MUITO.
ENTÃO,PÓS BUSCOPAN, ME PREPAREI PARA CHAMAR A AMBULÂNCIA ,FIQUEI SENTADA NA POLTRONINHA DO QUARTO.
BOLSA DE ÁGUA QUENTE E UM ANSIOLÍTICO TAMBÉM ENTRARAM EM CENA.
EU COLOCO A CAMA HOSPITALAR DELA BEM ALTA, PARA A LUZ DO ABAJUR NÃO INCOMODAR.ENTÃO ELA NÃO ME VÊ SENTADA, AO LADO.
FIQUEI CONTANDO OS MINUTOS, POIS OS MÉDICOS DO ATENDIMENTO EMERGENCIAL BY FONE MEDICAM E TELEFONAM 40 MINUTOS DEPOIS,PARA SABER O EFEITO.QUANDO ELA DORME, DEPOIS DE MEDICADA, A DOR NÃO ERA NADA TÃO GRAVE E SIM,ADMINISTRÁVEL. NÃO SE DORME COM UMA DOR TÃO FORTE,SEGUNDO ELES.
ALÍ,PERTO DELA, PERCEBI QUAL É O SEU FUNDO MUSICAL:

ROLLING STONES...

I CAN GET NO
SATISFATION
I CAN GET NO
SATISFATION
AND I TRY...
AND I TRY...
AND I TRY...
AND I TRY...

I CAN GET NOOOOOO SATISFATIOOONNNNN !!!!!

FUI,DORMIR, QUE ELA APAGOU.AND I NEED SAME SATISFATION...
PAZ E LUZ
CRIS

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

É preciso saber ouvir!

Olá!

Saber ouvir é uma arte que exige paciência e treinamento mesmo.

Nossos queridos "velhinhos" precisam muito ser escutados, mesmo com suas queixas e dores diárias... É preciso saber ouvir!

Para aprender essa arte, aí vai um texto. Espero que gostem e lhes seja útil!

ESCUTATÓRIA
Rubem Alves

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciando curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para não ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma".

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, de como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele tem a dizer não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos... Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela Revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades. Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado".
Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou".

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". e assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livre dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não ouvia, que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

* * *

Por isso, quem tem ouvidos, que OUÇA! :)

Amor e Luz,

Carol

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

DEUS EXISTE, O AMOR É LINDO,""TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA"",E O MAIS IMPORTANTE É O VERDADEIRO AMOR !!!

Pois a tia depois da agonia das últimas semanas, com infecções,hospitais, injeções dolorosas, teve a sorte de ter a Dra Sabrina, aqui em casa.Que foi indicada pela meiga Elenira, também odontóloga.
E teve seus 4 dentinhos limpos,tratados, com Amor verdadeiro.E profissionalismo.Tão doce é a criatura que a tia deu seu coração flamenguista para ela!
Uma cena muito bonita...

Então o post de hoje tiro da revista Vida Simples, matéria sobre GRATIDÃO.
Para os que ainda não me conhecem bem,faço parte de um Instituto chamado INSTITUTO SRI SATHYA SAI DE EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOS,reginal Rio.Mas estou ""de licença"" para cuidar da tia,Um método de Educação criado na Índia, que se espalhou pelo mundo, pelo Brasil.Cursos gratuitos que devem ser repassados gratuitamente também...
Minha leitura do mundo e meu esforço por reforma interior passa pela vivência e reconhecimento dos Valores Humanos.
Pois a GRATIDÃo é um subvalor do AMOR.
Vamos lá...não digitarei a matéria inteira, mas trechos que são muito interessantes..Nem tenho mãos para isso...fica para a Carol, que conheci nesse curso de EVH.

REVISTA VIDA SIMPLES,FEVEREIRO DE 2010,EDIÇÃO 89
TEXTO :LIANE ALVES
ARTE:ADRIANA WOLFF

AQUILO QUE VOCÊ COMPARTILHA

TANTO SE FALA DE AMOR POR AÍ QUE ÀS VEZES ATÉ SE ESQUECE DAQUELA QUE,TALVEZ,SEJA UMA DAS ATITUDES MAIS AMOROSAS E FUNDAMENTAIS QUE EXISTEM: A GRATIDÃO.

GRATIDÃO É ISTO: O RECONHECIMENTO DE UM ATO DE AMOR,OU DE CONSIDERAÇÃO,VINDO DO OUTRO.É TAMBÉM A CONSCIÊNCIA DO QUE RECEBEMOS DE BOM DA VIDA.E UM OLHAR MAIS GRATO E APRECIATIVO DO MUNDO E DAS PESSOAS PODE TRANSFORMAR RADICALMENTE NOSSA MANEIRA DE VIVER. É DESE TIPO TÃO ESPECIAL DE SENTIMENTO, A GRATA APRECIAÇÃO - QUE TANTO NOS FAL FALTA E QUE TEMOS TANTA DIFICULDADE EM EXPRESSAR -,QUE VAMOS FALAR AGORA.DEGUSTE CADA LINHA,POIS ELAS PODEM MUDAR SUA VIDA.

FIZ UMA PEQUENA ENQUETE ENTRE MEUS AMIGOS COM A SEGUINTE PERGUNTA:
""QUAL FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ EXPRESSOU SUAGRATIDÃO?""
ESTAVA PEDINDO UM GESTO CONCRETO ,NÃO APENAS O RECONHECIMENTO DO SENTIMENTO OU UM ABRAÇO FORMAL,MAS A MANIFESTAÇÃO EXTERNA DAGRATIDÃO PELO QUE O OUTRO FEZ POR MEIO DE UM PRESENTE,UM CONVITE,UMA OFERTA DE ALGO MAIS PESSOAL.FOI CONSTANGEDOR.
""VOCÊ REALMENTE PRECISA DESSA RESPOSTA AGORA!?"",ME RESPONDEU A MAIORIA. UM DELES ATÉ ADMITIU:""TUDO QUE FIZ DE BOM ULTIMAMENTE FOI SÓ POR INTERESSE,PARA TER ALGO EM TROCA.ACHO QUE NÃO VALE,NÉ?""RESOLVI DAR UM TEMPO PARA TODOS PENSAREM E VOLTEREM A EME LIGAR.NINGUÉM SE HABILITOU. AH,SIM,ACABOU ME TELEFONANDO UM FOTÓGRAFO DE 35 ANOS,QUE ME DISSE,ISSO MESMO,HÁ PELO MENOS 20 ANOS,TINHA CONVIDADO A MÃE PARA JANTAR UM X-SALADA COM SEU PRIMEIRO SALÁRIO COMO OFFICE-BOY.FIQUEI PASMA.
E AÍ RESOLVI FAZER EU MESMA A PERGUNTA PARA MIM:
QUAL FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOC6E EXPRESSOU CONCRETAMENTE SUA GRATIDÃO?"
FIQUEI PASMA TAMBÉM.NÃO CONSEGUI ME LEMBRAR DE NADA SIGNIFICATIVO.
DEPOIS DESSA INTRIGANTE REVELAÇÃO,UMA FRASE DO PENSADOR LA ROCHEFOUCAULD FICOU ME MARTELANDO NA CABEÇA.ELA DIZ QUE NOS LEMBRAMOS COM UMA NITIDEZ INCRÍVEZ DE QUEM NOS FEZ MAL,MAS QUE QUASE NUNCA NOS RECORDAMOS DE QUEM NOS FEZ BEM.E MUITO MENOS AGRADECEMOS.
""QUANDO PEÇO ÀS PESSOAS QUE FAZEM COACHING(ACONSELHAMENTO PROFISSIONAL)SE LEMBRAREM DE ALGO PELO QUAL PODEM SER GRATAS, NORMALMENTE DÁ UM BRANCO"",EXPLICA A PSICOPEDAGOGA DALVA ARRAES.""A PALAVRA GRATIDÃO SE REFERE AO RECEBIMENTO DE UMA GRAÇA,POR ISSO FALAMOS EM AGRADECER,QUE SOMOS GRATOS.TODOS ESSES TERMOS TÊM A MESMA RAIZ. E RECEBER UMA GRAÇA SIGNIFICA QUE SOMOS ABENÇOADOS , QUE OBTIVEMOS UMA GRAÇA,QUE POR SUA NATUREZA É GRATUITA,OU SEJA,QUE NÃO DEPENDE DO NOSSO MERECIMENTO E QUE NOS CHEGOU INESPERADAMENTE.O PROBLEMA É QUE NÃO NOS DAMOS CONTA DO QUANTO ISSO É IMPORTANTE E ESPECIAL"",DIZ.
MAS POR QUE SOMOS ASSIM?A RESPOSTA REVELA ALGO QUE ESCONDEMOS COM MUITO DESLEVO : NOSSO EGOÍSMO.(Continua na próxima postagem..)

Segura peão!!!É sério...

Aí no trecho da matéria o motivo pelo qual adotei minha tia:uma gratidão enooooorme pelas delícias de minha infância. Delícias à distância, pois passei a morar em Recife com 4 anos de idade.A tia sempre me amou profunda e incondicionalmente.A tia trabalhava em uma butique em Ipanema,infantil, e então, em maio e dezembro,chegavam aquelas pacotes pelo correio cheios de roupas lindas...e eu me vestia como uma princesa.Mesmo sabendo que meu pai tinha um ótimo trabalho,funcionário federal,ela fazia isso.
E quando,em férias, eu vinha para o Rio, era muito colo, dengo,carinho.Ela me levava para a casa dela e fazia tudo o que eu adorava comer.O tempo passou e isso nunca mudou.Ela teve um filho, aos 40 anos e isso não mudou.
Pois é isso...
Quero ainda dizer de minha gratidão eterna pelos meus amigos ,sempre ao meu lado em todos os momentos. Em especial os 3 mosqueteiros das estrelas;o cavaleiro andante que formata meus blogs;pelos que conheci na Índia e que até hoje estão em minha vida, por um certo morador de Curitiba,e as pessoas que seguem esses blog e carinhosamente comentam(como uma certa loura de voz bela);sou grata à vida por um sem número de belos encontros,tipo o pessoal da comunidade da Rosana Nied,sou grata à existência de uma Pessoa , ao meu adorável Adiel,a todos que já passaram pela minha vida e deixaram heranças culturais e espirituais,aos profissionais de saúde que me tratam e trataram a tia ou o Adiel(postagem de 26 de maio de 2009).
A gratidão me toma sempre que olho o céu estrelado ou o céu nublado,num surto doce,contemplativo,agradeço a essa Ordem Universal que nos faz nascer em uma família e não em outra...
Agradeço àqueles que são difíceis para mim,me ajudando dessa forma a me superar e crescer em compaixão e tolerância.
A todos os professores de todos os cursos que fiz.
Agradeço a mim mesma por ter sobrevivido a tantas dificuldades na infância e adolescência, a tanto racismo e ter superado surpreendentemente.
E por nunca ter desistido dessa proposta de vida inclusiva,reforçada ao conhecer meu Grande Bem : Swami.

A HUMANIDADE É UMA COMUNIDADE. SE FERIR A SI MESMO,FERIRÁ A TODOS.
SATHYA SAI BABA

Paz e Luz
Cris

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O sentimento da dor e o sofrimento humano

Ao abordarmos o problema do sofrimento e da morte, é interessante considerarmos o porque a doença e a dor provocam sofrimentos diferentes em pessoas diferentes. Todos conhecemos pessoas que se abalam e se desestruturam por sofrimentos relativamente pequenos e outros que sofrem grandes catástrofes com aparente paz de espírito e paciência (do latim patere, sofrer).

Viktor Frankl em seu interessante livro "Em busca de Sentido: um psicólogo no campo de concentração", conta-nos a experiência de ter sido preso, por ser judeu num campo de concentração nazista, durante a segunda guerra mundial. Neste local podia perceber que, enquanto alguns prisioneiros se entregavam ao desespero e morriam rapidamente, outros conseguiam superar os muitos sofrimentos e levar a vida adiante com galhardia, auxiliando e liderando seus companheiros. O autor definia que a grande diferença entre uns e outros é que os que superavam as crises eram os que conseguiam ver algum sentido naquele sofrimento e este conhecimento levava-os a se superar e vencer, enquanto os que não conseguiam ver sentido nesta condição deixavam-se vencer pelo desespero e pela morte.

Com este primeiro conceito poderíamos considerar que o que nos leva a sofrer e a temer não é tanto a dor e a limitação física, mas a falta da percepção do sentido destes sofrimentos para a pessoa humana. Efetivamente uma dor que se nos apresenta com um sentido maior e objetivo , perde muito de sua carga de sofrimento. A mãe que está dando à luz certamente sofre e tem dores, mas a perspectiva do nascimento do filho tira o possível desespero que poderia advir de uma dor sem sentido; o mesmo se diga de um tratamento dentário, no qual se sabe que aquela dor transitória nos irá poupar de dores maiores e de riscos de infecção. A mesma pessoa que se revolta perante a descrição de um campo de concentração em que os prisioneiros são obrigados a trabalhar e recebem muito pouca comida, aceita de muito bom grado pagar pelo mesmo tipo de tratamento num Spa.

O mesmo Viktor Frankl em seu livro "Sede de sentido" relata-nos o estudo de 60 universitários da Idaho State University que haviam tentado o suicídio pelo menos 1 vez. Em 85% dos casos (51 estudantes) foi indicada como causa "Life means nothing to me", ou seja "a vida não tem sentido para mim". Destes 51 estudantes, 48 estavam em excelente condição física, viviam em condições econômicas bastante satisfatórias e não tinham conflitos familiares, ou seja 93% daquelas pessoas para as quais a vida nada significava, não tinham do que se queixar.

É-nos fácil perceber, nestas condições que pessoas que tenham uma visão mais apurada de valores transcendentes como valores de ideais humanos ou religiosos, encontram-se naturalmente mais aprelhadas para enfrentar o problema do sofrimento e da morte.

Como já referimos anteriormente, não se trata de considerar a dor ou a doença como algo bom, não se trata de masoquismo, mas de entrever, numa realidade desagradável, desafiadora e inevitável seu potencial de desenvolvimento humano enquanto fator educativo do caráter e da validação das coisas verdadeiramente importantes e transcendentes para cada um de nós.

Retirado do livro: "Finitude - Uma proposta para reflexão e prática em gerontologia" - Autora: Ligia Py

Páginas: 109 - 110

Amor e Luz,

Carol

domingo, 17 de janeiro de 2010

Precisa de um empurrãozinho?

HÁ BLOGS QUE NÃO SÃO APENAS UM DIÁRIO, MAS FUNCIONAM COMO UMA TERAPIA PARA QUEM ESCREVE E PARA QUEM LÊ. COM A AJUDA DE OUTRAS PESSOAS SUA VIDA PODE VOLTAR A PEGAR - NO TRANCO

Texto: Mariana Delfini

Imagine um aperto bem fundo no peito, uma angústia que quase faz explodir, e então passe imediatamente para o grito, imagine o grito mais alto que se possa dar no mundo, para o mundo, de cima de uma montanha. Pronto, agora respire. Daqui a alguns dias, escale tudo de novo, encha o pulmão de ar e... você já sabe o que fazer. Quem não tem uma montanha sempre à mão ou não pretende subir e descer para sempre talvez devesse continuar lendo este texto. Indicamos uma forma mais silenciosa, elaborada e duradoura de desabafo: escrever.

Quem já fez um diário sabe que, depois de registrar os pensamentos confusos e os sentimentos inconfessáveis, a gente sente um alívio parecido com o do grito ou do choro. Mas, como escrever é um pouquinho mais sofisticado que simplesmente sair esperneando por aí, colocar toda a dor em palavras ultrapassa os benefícios do choramingar e funciona como uma terapia. “A escrita pode acelerar o tempo de superação ou de adaptação a uma tristeza”, explica James Pennebaker no livro Abra o Seu Coração – O Poder de Cura Através da Expressão das Emoções. O psicólogo estuda desde os anos 1990 melhoras na saúde de pacientes que escreveram sobre traumas por que passaram, e já chegou a resultados interessantes em diferentes experimentos. Por exemplo, ao analisar questionários de pessoas cujos cônjuges tinham morrido, concluiu que aquelas que falaram sobre a morte relatavam menos problemas de saúde. Em outro trabalho, levantou com testes de sangue a eficiência dos sistemas imunológicos de pessoas que escreveram sobre seus traumas por alguns dias, e constatou que ela era maior que a do grupo controle, que passou o mesmo período escrevendo sobre amenidades.

“Aparentemente, falar sobre um trauma é uma resposta humana natural. Quando essa resposta é bloqueada ou inibida, o resultado é estresse e doença”, escreve o psicólogo. “Quando usamos uma linguagem para relatar um fenômeno, isso altera a forma como esse fenômeno é representado e entendido em nossa mente.” Em outras palavras, é como se você estivesse contando para você mesmo uma história nova, mas que você conhecia há muito tempo. “Ao escrever, nós pensamos e fazemos associações com outras vivências. Descobrimos emoções encobertas por sentimentos que pareciam óbvios”, diz a psicóloga Cristiane Moreira.

Para todos

Por mais íntimo que seja esse processo de autoconhecimento, ele não se furtou de também entrar na onda de visibilidade dos últimos anos, junto com os reality shows, a explosão das webcams e das fotografias dos paparazzi espiando por detrás dos arbustos. Os blogs trocaram os cadeados e esconderijos dos diários e agendas adolescentes pela publicidade da internet e têm inclusive comentários dos leitores. Existem, claro, diversos tipos de blogs, e nem todos trazem detalhes sordidamente íntimos em letrinhas e emoticons – dos jornalísticos, associados por vezes a empresas de comunicação, aos diários pessoais virtuais, com os menores detalhes das atividades mais insignificantes de seu autor. Mas em alguns deles o grito é quase audível entre textos mais ou menos elaborados, com fundo sóbrio ou colorido. Não é que eles sejam escritos todos em maiúsculas, como pede a convenção do desespero e da raiva na internet, mas falam de dores profundas dos seus autores, como o dia a dia de um tratamento de saúde, a morte de alguém querido, as dificuldades para conviver com uma doença grave e assim por diante. Post após post, revelam angústias que até então pareciam indescritíveis. E por que gritar assim para tanta gente?

“Jogar um pouco daquilo para fora foi como uma catarse”, diz Luiz Fernando Vianna, que desde maio de 2007 escreve sobre seu filho Henrique no “A vida do meu filho” (http://a vidadomeufilho.blogspot.com). Um ano antes, sua ex-esposa se mudara para a Austrália com o novo marido, sem avisar Luiz Fernando e com uma autorização de levar Henrique cedida por uma desembargadora às pressas, em um sábado. “Três oceanos separam agora meu filho de mim. Mas, se ainda posso acreditar em alguma coisa, penso que há sentimentos que a distância, a ausência e a manipulação alheia não matam”, escreveu nas primeiras postagens. As ações judiciais e a luta para reaver o filho, que é autista, são narradas em detalhes no blog, entremeado por lembranças, reportagens sobre autismo e fotografias de Henrique. “Eu não sei escrever sem que alguém leia”, afirma Luiz Fernando, que foi acostumado pelo jornalismo a ter leitores. “Me ajuda saber que tem gente lendo, pelo menos meia dúzia de pessoas. Eles me dão um retorno”, diz. Para além da finalidade terapêutica, assume que tinha também objetivos bem práticos ao começar o blog: ecoar sua história nos ouvidos da Justiça e, com isso, pressionar os desembargadores para julgarem rápido os recursos que encaminhou. Um grito de desespero que, nesse caso, não funcionou: a decisão foi a favor da mãe.

O diálogo

A perspectiva de escrever para alguém e não para a folha em branco é uma das grandes mudanças na passagem do diário íntimo para o blog público. Por um lado, o olhar do outro ajuda na percepção da própria dor, quando os comentaristas enviam mensagens solidárias, dicas e até histórias semelhantes, que quebram a ilusão de que se está sofrendo sozinho. “Você não fica fechado em si mesmo, sofrendo e se achando o centro do mundo”, diz Luiz Fernando. Por outro lado, a expectativa da reação dos leitores provoca mudanças no próprio teor do desabafo. “Apesar de não ter uma presença que emite julgamento, o autor sabe que será lido por outras pessoas, e que isso acarreta tanto opiniões quanto possíveis reações contra ele. Essa consciência faz com que filtre o que escreve”, afirma Cristiane. Para Luiz Fernando, aconteceu de censurar-se às vezes, quando os textos estavam virulentos demais contra a mãe de Henrique. “Antes eu escrevia qualquer coisa que vinha no fígado, mas agora procuro evitar isso. Até porque a raiva perdeu um pouco a validade”, diz. Mas os comentários negativos que surgiram no começo, de leitores duvidando da história ou dizendo que ele estava sendo parcial (“É a minha versão que está ali, mas é o que eu considero a verdade”, ele diz), estão lá. Só não autorizou a publicação de um que ofendia a mãe do menino: “Ia virar uma execração em público, o que não era o caso”.

Os comentários são essenciais para a sobrevida do blog. Já que está aberta a possibilidade de troca, o blogueiro espera algum feedback sobre seus posts e as histórias que está contando. Ter leitores foi o que fez com que Cris Guerra estabelecesse um compromisso com a escrita e postasse com regularidade no “Para Francisco” (http://parafrancisco.blogspot. com). Lá, ela registra há mais de dois anos algumas lembranças do Gui, o pai do seu filho, que morreu pouco antes de ela dar à luz. Os textos sensíveis sobre Gui são direcionados ao filho, e alternam-se com novidades sobre ele, músicas e fotografias. Há também um post-réplica que provocou um turbilhão no blog, na Cris e nos leitores – tem hoje mais de 300 comentários. É a resposta dela a uma anônima que disse o seguinte: “Cris, acho que você mudou muito. Te acompanho desde o começo do blog. Me desculpa ser tão franca, mas acho que você ficou muito metida depois que ficou tão conhecida. Parece que você quer só aparecer e nem posta mais no Para Francisco, e quando posta, as mensagens nem nos comovem tanto quanto antes”.

“Nossa, eu fiquei p... demais”, ela diz, rindo. Mas deixou lá, publicado, e em vez de calar o grito retrucou de maneira ponderada. “A maneira como você vai lidar com os comentários é quase um exercício zen”, diz. “Eu acho que as pessoas se sentem no direito de falar coisas que eu não me sentiria no direito de falar.” Como se a conhecessem? “Sim. Eu me expus demais, não fiquei pensando nas consequências nem me arrependo. Mas existe uma diferença: uma coisa é eu me expor, outra é abrir minha vida para a possibilidade de alguém dar algum palpite. Existe uma linha tênue que separa as duas coisas.” Por onde passa essa fronteira?

A sintonia

Se não há sequer como definir essas regras de sociabilidade na “vida real”, no blog, com a proteção do anonimato, não dá para exigir uma observância a regras de etiqueta. Mas as aproximações, assim como as interferências agressivas, acontecem. Em alguns blogs, a identificação dos leitores com o autor arregimenta novas vozes. “É possível que os diaristas virtuais busquem no outro um espelho”, escreve a jornalista Denise Schittine em Blog: Comunicação e Escrita Íntima na Internet. O blog cria ligações e acaba formando pequenas redes fundadas em torno de afinidades. São de comunidades de interesses específicos, unidas tanto pelos comentários quanto pelos links que levam a outros blogs e sites de conteúdo semelhante. Os leitores do “Diário de uma fóbica” (http://diariodeumafobica. blogspot.com) são pessoas que também sofrem de transtornos de ansiedade e até trocaram contatos de MSN com a autora, que se apresenta como “Menina”. No “Anorexia: diário da minha outra personalidade” (http://anorexica.zip.net/index.html), não é raro encontrar comentários como o de Jéssica: “Pelos posts seus que li, era como se fosse eu mesma falando comigo”. No “Diá rio de uma domadora do câncer” (http://reghynynha. blogspot.com), a história de Regina Oliveira contra um câncer na glândula suprarrenal ganhou “colaboradores” esparsos: leitores que também passam por quimioterapia e acrescentam novas informações ou depoimentos relacionados a alguns posts.

O suspiro

A polifonia da comunidade que se forma diminui um pouco a solidão de que Regininha fala no primeiro post. “Quem nunca teve câncer não faz ideia do que significa ouvir do médico que tudo está bem. Não sabe o frio de medo que passa pelo corpo cada vez que se abre o resultado de um exame de controle”, diz. Depois de dez meses de tratamento, ela está curada, e mantém o blog atualizado com notícias por causa dos leitores. “Eles me cobram quando fico muito tempo sem escrever, e eu quero ajudá-los.”

Os blogs do Luiz Fernando e da Cris Guerra, que foram catarse, desabafo e terapia também para eles, seguem com posts mais “frios”, mas seguem em frente, atualizados. Vão ainda ecoar como um registro de tanta coisa que passou. “Com a publicação do livro, que se originou do blog, meu luto se encerrou, minha vida continua. Mas o blog é um registro daquela urgência que eu tinha, e vai continuar lá”, diz Cris. Diferentemente do Francisco, que vai mesmo conhecer o blog criado para ele, o Henrique não vai conseguir ler sobre sua vida. Mas sua história vai continuar na rede. “O blog é uma maneira de eu deixar um legado para ele, e também de nos comunicarmos. Como eu só o vejo uma vez por semana pelo Skype e ele só fala algumas coisinhas, eu uso o blog para me comunicar de uma maneira indireta com ele. É uma espécie de diálogo entre nós dois.”

Retirado da Revista Vida Simples: dezembro 2009/edição 86, páginas 42 - 47

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

TOME UMA ATITUDE DESAPEGADA

QUANTO MAIS CONECTADOS ESTIVERMOS COM A ALMA,MAIS LIVRES ESTAREMOS DA NECESSIDADE DE POSSUIR COISAS,PESSOAS OU SITUAÇÕES.QUANDO SE AGE POR PURO AMOR À AÇÃO, A ATITUDE DESAPEGADA PASSA A PERMEAR TODO O NOSSO SER.ASSIM,PODEMOS ESCOLHER VIVER E PARTICIPAR DA VIDA SEM REAÇÕES MENTAIS NEGATIVAS OU EMOÇÕES IMPULSIVAS, E NOSSOS SENTIDOS SE AQUIETAM PARA ENCARAR A VIDA COM DESAPEGO.QUANDO COMPREENDERMOS DEFINITIVAMENTE O SENTIDO DA IMPERMANÊNCIA DAS COISAS,DEIXAMOS A VIDA FLUIR COM UMA MAIOR CONSCIÊNCIA DA ABUNDÂNCIA DIVINA.

O LIVRO DAS ATITUDES

Boa tarde!
Reflexão mesmo danada para quem tem alguém com um quadro de saúde se agravando...
Comprei um livro que é um achado, na Primavera do Livro, aqui no Rio.
Título:
FINITUDE - UMA PROPOSTA PARA REFLEXÃO E PRÁTICA EM GERONTOLOGIA.
Eu cubro a tiazinha de carinho, mas vendo-a como uma viajante da eternidade...
E tento captar seus sentimentos e emoções,para tratá-la,diante de tantas coisas aparecendo para perturbar mais um pouquinho aquela cabecinha.
Não vejo medo.Mas sei que ele existe...no caso dela, medo de deixar o filho.O tal carcará sanguinolento que a deixou com fome,à míngua.Pobre ser.
Conversemos sobre o medo!

""OS MEDOS QUE FAZEM PARTE DO PROCESSO DE MORRER""

O TANATÓLOGO AMERICANO E. MANSEL PATTISON CARACTERIZA A SITUAÇÃO DO PACIENTE TERMINAL POR UMA SÉRIE DE MEDOS E APONTA SUGESTÕES DE COMO TRABALHÁ-LOS.NÃO É NOSSA INTENÇÃO DISCUTÍ-LOS , MAS SIMPLESMENTE APRESENTÁ-LOS,PARA QUE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE PARTICIPANTES DA EQUIPE INTERPROFISSIONAL POSSAM TRAÇAR UM PERFIL MAIS FIEL DO QUADRO QUE ESTÃO ENFRENTANDO.OS MEDOS MAIS IMPORTANTES E MAIS COMUNS SÃO OS QUE SE SEGUEM :

MEDO DA DOR DA PERDA;
MEDO DA PERDA DO CORPO;
MEDO DA SOLIDÃO;
MEDO DA PERDA DA FAMÍLIA E DOS AMIGOS;
MEDO DA PERDA DO AUTOCONTROLE;
MEDO DO DESCONHECIDO;
MEDO DO SOFRIMENTO E DA DOR;
MEDO DA PERDA DA IDENTIDADE;
MEDO DA REGRESSÃO.

TODOS OS MEDOS CITADOS PELO ESTUDIOSO AMERICANO SÃO DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA,NO ENTANTO,UM DELES,O MEDO DA PERDA DA IDENTIDADE,PARECE TER MUITO MAIS QUE OS OUTROS UMA ÍNTIMA RELAÇÃO COM O TEMA HOSPITAL-FRONTEIRA. DE FATO, CONSTATA-SE A TODO INSTANTE UMA DESPERSONALIZAÇÃO GRITANTE EM NOSSAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE. AS PESSOAS SÃO CHAMADAS NÃO PELO NOME, MAS SIM PELO NÚMERO DE SEU LEITO E COMO ""CASOS"". É PRECISO REFORÇAR O RESPEITO AO SER HUMANO,CHAMANDO-O PELO SEU NOME. ""

Vejo nessa lista os medos nossos todos...de filhos,cuidadores, acamados...

''DIFICULDADE PARA SUPORTAR A IDÉIA DA MORTE E DO SOFRIMENTO:

PAPEL DA FAMÍLIA

O FATO DE SABER QUE IREMOS MORRER É POR SI SÓ CAUSA DE SOFRIMENTO.SOFRIMENTO E MORTE,NESTA SITUAÇÃO CAMINHAM JUNTOS.IGNORAR A INEXORABILIDADE DA MORTE E A DIFICULDADE DE CONVIVER COM A REALIDADE DE SUA EXISTÊNCIA SÃO ATITUDES PRÓPRIAS DAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS,QUE NÃO CONSEGUEM SUPORTAR NEM MESMO QUE AS PESSOAS IDOSAS FALEM SOBRE ESSE ""FANTASMA"",NEM LHES PERMITEM QUE LEMBREM SEUS MORTOS,DE SUA SAUDADES E TRISTEZAS A RESPEITO DOS QUE SE FORAM.TALVEZ SEJA POR ISSO QUE A MORTE NOS ASSUSTE TEMPO.
ESSA É SEM DÚVIDA, A ATITUDE DE NOSSOS DIAS.HOUVE ÉPOCAS,PORÉM, E NÃO FAZ MUITO TEMPO,QUE AS PESSOAS CONVIVIAM MELHOR COM A REALIDADE DA MORTE,SUPORTAVAM-NA,ENFRENTAVAM-NA COM MAIOR GALHARDIA. SE,POR UM MOMENTO,TOMARMOS CONSCIÊNCIA DE NOSSA FINITUDE,ACEITAREMOS COM MAIS FACILIDADE QUE UM DIA MORREREMOS,NÃO PROCURANDO NEGAR E/OU ADOTANDO ATITUDES DE REVOLTA PERANTE O INEXORÁVEL.
NO ENTANTO,HÁ UMA TENDÊNCIA HOJE DA SOCIEDADE DE CONSIDERAR A MORTE COMO ALGO QUE NÃO FAZ PARTE DA EXPERIÊNCIA DA VIDA,VISANDO AFASTÁ-LA DA VIDA SOCIAL DE CADA DIA,COMO DEMONSTRA UMA SÉRIE DE INICIATIVAS SÓCIO-CULTURAIS. NASCIMENTO,VIDA E MORTE ESTÃO INDELÉVELMENTE LIGADOS E É IMPOSSÍVEL TENTAR DISSOCIÁ-LOS,NÃO SE PODENDO,POIS,PARTIR PARA A NEGAÇÃO DO QUE É UMA ÓBVIA CONSTANTE NO NOSSO DIA-A-DIA.
A NEGAÇÃO E REVOLTA,REFERIDAS PELA TANATÓLOGA KUBLER-ROSS COMO DUAS DAS CINCO FASES PELAS QUAIS OS DOENTES TERMINAIS PASSAM, PODEM TAMBÉM ESTAR PRESENTES NAQUELES FAMILIARES QUE MANTÊM A MAIS ESTREITA LIGAÇÃO COM O PACIENTE,TORNANDO AINDA MAIS DIFÍCIL O PROCESSO DE MORRER.
O MOMENTO DO ADEUS DEFINITIVO É O PERÍODO QUE O DOENTE TERMINAL NECESSITA DE MUITO APOIO HUMANO,ESPIRITUAL,DO CARINHO,DO TOQUE DE MÃO AMIGO DE SEUS FAMILIARES E DA EQUIPE DE PROFISSIONAIS QUE O ASSISTEM. A REVOLTA PELA PERDA PRÓXIMA DE UM ENTE QUERIDO,EMBORA DE CERTA FORMA COMPREENSÍVEL,SEGURAMENTE NÃO É A MELHOR MANEIRA DE TRANSMITIR AO DOENTE O APOIO E O CARINHO QUE ESTE NECESSITA.
OUTRO ASPECTO A SER CONSIDERADO,SEGUNDO PESSINI, É QUE ALGUNS FAMILIARES VIVEM O LUTO COM O DOENTE EM VIDA. AFIRMA AINDA QUE O AGENTE PASTORAL DEVE SER EXÍMIO FACILITADOR PARA TRABALHAR A COMUNICAÇÃO COM A FAMÍLIA E O DOENTE,PARA QUE SE POSSA PROPORCIONAR VIDA ANTES DA MORTE E NÃO A MORTE ESTANDO A PESSOA VIVA.EVITA-SE,DESSA FORMA, MATAR A PESSOA ANTES DESTA EFETIVAMENTE MORRER.
POR OUTRO LADO,EXERCE PAPEL FUNDAMENTAL NO PROCESSO DE MORRER UM ASPECTO SÓCIO-CULTURAL FUNDAMENTAL,OU SEJA,O IDOSO DE HOJE PROCEDE DE UMA GERAÇÃO NA QUAL A FAMÍLIA,ENTÃO NUMEROSA,PROPICIAVA OS CUIDADOS E O APOIO MORAL E AFETIVO NA HORA DA MORTE.HOJE,COMO JÁ FOI ASSINALADO,O CUIDADO AO IDOSO EM FASE TERMINAL É REALIZADO EM HOSPITAIS,FREQUENTEMENTE NÃO PREPARADOS PARA RECEBER E PRESTAR ASSISTÊNCIA ADEQUADA A DOENTES NESTA CONDIÇÃO.
OBVIAMENTE,A ATITUDE DOS FAMILIARES,BUSCANDO INTERNAÇÃO DE SEUS IDOSOS TEM,PELO MENOS,EXPLICAÇÃO NO REDUZIDO NÚMERO DE COMPONENTES DA FAMÍLIA NUCLEAR,FREQUENTEMENTE COM POUCA DISPONIBILIDADE DE TEMPO,INCLUSIVE POR EVENTUAIS DIFICULDADES SÓCIO-ECONÔMICAS, QUE OBRIGAM PAI E MÃE BUSCAREM SUSTENTO PARA SI E PARA OS FILHOS EM TRABALHO FORA DE CASA.DIANTE DESTE QUADRO,É FÁCIL COMPREENDER QUE,POR MAIS QUE OS FAMILIARES SE ESFORCEM,O APOIO,O CARINHO,O AFETO FICARÁ EXPRESSO NOS POUCOS MOMENTOS DE UMA VISITA AO IDOSO INTERNADO,
POR VEZES, POR MOTIVOS PURAMENTE TÉCNICOS,NEM TAIS MOMENTOS SÃO POSSÍVEIS,QUANDO ESTES PACIENTES SÃO MANTIDOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA,LONGE DOS POUCOS MINUTOS DE CONVÍVIO COM SEUS FAMILIARES,ABANDONADOS E ISOLADOS DAQUILO QUE LHE É MAIS CARO ,OU SEJA, O CONTATO HUMANO.DESPREZA-SE O QUE LHE É MAISCARO NAQUELE MOMENTO DE SUA VIDA:OS SEUS SENTIMENTOS.
OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE PRECISAM TER PRESENTE QUE, ENQUANTO O ENFERMO PASSA OS MOMENTOS MAIS DIFÍCEIS DA SUA VIDA,OS SEUS FAMILIARES PODEM ESTAR VIVENDO MOMENTOS DE ANGÚSTIA,DE APREENSÃO PELO MEDO DA MORTE DO PACIENTE,DE TENSÃO EMOCIONAL ETC.
O FALECIMENTO DE UM ENTE QUERIDO É SEMPRE UM MOMENTO DE UMA PROFUNDA RUPTURA,E A REAÇÃO DIANTE DESSA PERDA NO NÍVEL FÍSICO ,EMOCIONAL E ESPIRITUAL VARIA DE UMA PESSOA A OUTRA E SERÁ TANTO MAIOR QUANTO MAIS ESTREITO ERA O RELACIONAMENTO ANTES DA PERDA. O NÚCLEO FAMILIAR,POR ESSES MOTIVOS,PODE NECESSITAR DE ATENÇÃO,AS VEZES TÃO INTENSA QUANTO A DISPENSADA AO PRÓPRIO PACIENTE.OS MEMBROS DA FAMÍLIA,POR OUTRO LADO,PODEM CONSTITUIR ELEMENTOS ÚTEIS COMO AUXILIARES DA EQUIPE INTERPROFISSIONAL,COM O PAPEL DE CO-INFORMANTES E MUITAS VEZES INTERAGINDO COM A MESMA,EM BENEFÍCIO DA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE TERMINAL E DA ACEITAÇÃO POR PARTE DOS FAMILIARES DO DESENLACE PRÓXIMO.

TRECHO DO TRABALHO FINITUDE:HOSITAL-FRONTEIRA
DE MATHEUS PAPALÉO NETTO

Sabido,o rapaz,não?
Minhas reflexões com vocês vão mais adiante: o paciente demente.Pois é muitas vezes considerado ""impessoa ''... e deletado da convivência familiar. Mesmo não agindo estranhamente todo tempo.
Aquela historinha: não entende mesmo...então nada de carinho,visitas,atenção...
A doidice incomoda(sim,incomoda...mas... e o chamado ""Amor"", que estava presente antes da demência se instalar?).
Eu sei que nem todos têm estrutura emocional,de acomodação,para segurar uma onda dessas,tsunâmica.E delega-se a casas geriátricas.
Mas por favor...se informem sobre a casa onde pretendem internar seu idoso(a)...algumas, com aparência sofisticada, são bem duvidosas.
E se seu idoso(a) fica em casa com um cuidador(a), cheguem em casa sem avisar,perguntem aos vizinhos se algo estranho,sons, são escutados.
Eu passei por isso: a Tia Biga tinha uma cuidadora de quem ela gostava muito e eu também.Mas eu não morava no mesmo prédio e sim em uma rua paralela.Uma amiga, vizinha da tia, descobriu que a cuidadora gritava muito com a tia.Descobriu por um comentário que escutou no elevador.Eu nunca imaginaria isso da moça.Nunca.
Me valeu de lição.
Ela foi demitida e...já faz tanto tempo...

""Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso...
Quando o tempo for propício...""

Paz e Luz
Cris

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A VIDA VERDADEIRA

POIS AQUI ESTÁ A MINHA VIDA.
PRONTA PARA SER USADA.

VIDA QUE NÃO SE GUARDA
NEM SE ESQUIVA,ASSUSTADA.
VIDA A SERVIÇO DA VIDA.

PARA SERVIR AO QUE VALE
A PENA E O PREÇO DO AMOR.

AINDA QUE O GESTO ME DOA,
NÃO ENCOLHO A MÃO: AVANÇO
LEVANDO UM RAMO DE SOL.
MESMO ENROLADA DE PÓ,
DENTRO DA NOITE MAIS FRIA,
A VIDA QUE VAI COMIGO É FOGO
ESTÁ SEMEPRE ACESA.

FAZ ESCURO MAS EU CANTO
THIAGO DE MELLO

Sempre as mesmas perguntas e insinuações: mas qual o motivo de você não internar a sua tia?
Tanto trabalho...
Como diz Thiago, ""VALE A PENA TRABALHAR,A NOITE JÁ FOI MAIS NOITE, A MANHÃ JÁ VAI CHEGAR""...
Nem pensem que não entendo o padrão psicológico e espiritual das pessoas que fazem essas sugestões.
Entendo, mas não assino embaixo.
Sou de outras esferas, da tribo da décima segunda casa, com luminar,azul,azul...
Entregas felizes
Sacro-ofícios abraçados
Karmas compreendidos.
Tenho tempo,dinheiro e coração largo.Tão largo que acabo abrigando,também,cobrinhas,que se esgueiram e deslizam pelas bordas não vigiadas...cobrinhas também são criaturinhas de Deus...
E dá para vigiar coração???
Elas se aninham nos meus ventrículos, aurículos,válvulas...até que eu as descubra e toque para fora com a varinha encantada de Shiva.
O meu Shiva não tem só tridente..,tem essa varinha...ela não causa dor.Apenas me ajuda com limites.
Pela Graça Divina,nasci com certas configurações tão sensacionais que nem me assusto com nada...acabo sonhando com as coisas que me virão,das pessoas, e aí é só vigiar e orar.
Meu Baba, meu mestre, diz algo que se tornou para mim uma ordem:
""PROCURE O QUE UNE NÃO O QUE SEPARA""
Pois então Sua vontade seja cumprida...e que os meus olhos não separem cobrinhas de garças,em julgamentos.
Cá entre nós:viver na Era de Kali é mesmo perigoso,não?
Esse lenga-lenga todo vem de certas vivências e descobertas, ultimamente.Aprendizados maravilhosos que não me tiraram de convivências não, apenas me deixaram como diz o Prof. Hermógenes ser o correto: sem ilusões.

Faz uma semana que tenho algo a postar ...
Sobre Dona Santa, a cuidadora da tia.Não em vão essa pessoa veio até nós...e ,dentro de meu coração, me responsabilizei por ela.Mas venho observando,observando e a sensação de já conhecer esse jeito,esse rosto me intrigava.
De onde mesmo?
Dona Santa é verdadeiramente indefesa na vida.Nada entende da maldade do mundo,nada sabe fazer em prol dela mesma e se ignora ,como Ser,por completo.
E aí veio o tchan!!!

MACABÉA!!!!!
CLARICE LISPECTOR!!!!
A HORA DA ESTRELA!!!!

Até paraibana ela é...

""COMO NORDESTINA,HÁ MILHARES DE MOÇAS ESPALHADAS POR CORTIÇOS,VAGAS DE CAMA NUM QUARTO,ATRÁS DE BALCÕES TRABALHANDO ATÉ A ESTAFA.NÃO NOTAM SEQUER QUE SÃO FACILMENTE SUBSTITUÍVEIS E QUE TANTO EXISTIRIAM COMO NÃO EXISTIRIAM.POUCAS SE QUEIXAM E AO QUE EU SAIBA NENHUMA RECLAMA POR NÃO SABER A QUEM. ESSE QUEM SERÁ QUE EXISTE?""

""QUERO ANTES AFIANÇAR QUE ESSA MOÇA NÃO SE CONHECE SENÃO ATRAVÉS DE IR VIVENDO À TOA.SE TIVESSE A TOLICE DE SE PERGUNTAR ""QUEM SOU EU?"" CAIRIA ESTATALADA E EM CHEIO NO CHÃO.É QUE ""QUEM EU SOU?"" PROVOCA NECESSIDADE. E COMO SATISFAZER A NECESSIDADE?QUEM INDAGA É INCOMPLETO.

""QUANTO À MOÇA,ELA VIVE NUM LIMBO IMPESSOAL,SEM ALCANÇAR O PIOR NEM O MELHOR.ELA SOMENTE VIVE,INSPIRANDO E EXPIRANDO.NA VERDFADE - PARA QUE MAIS QUE ISSO?O SEU VIVER É RALO."""

"""POIS QUE A VIDA É ASSIM:APERTA-SE O BOTÃO E A VIDA ACENDE.SÓ QUE ELA NÃO SABIA QUAL ERA O BOTÃO DE ACENDER.NEM SE DAVA CONTA DE QUE VIVIA NUMA SOCIEDADE TÉCNICA ONDE ELA ERA UM PARAFUSO DISPENSÁVEL.

Cruel,não?
Acreditem: Dona Santa ,uma vez, me chamou na cozinha e disse achar estar ficando louca...e eu inquiri qual era a loucura..
Depois de algum esforço para se fazer entender, eu descobri que ela tinha... FANTASIAS!!!!IMAGINAVA COISAS! E não sabia que isso é normal.Um simples netuninho,astrológicamente falando...
Como não consegue simplesmente se divertir (é viúva de um homem das cavernas, que a proibia de tudo, eu disse tudo),tudo acha estranho e diz que sou de outro mundo.
Então tomei-a sob proteção ...e toda tarde tem um cafezinho na esquina do balcão da pia, para conversas sobre Valores,Vida,Luz.E a gente vai se divertindo..vou ensinando a ela gostos,sons,cores.E ela vai percebendo que é Pessoa, que alguém a considera, de verdade,um ser valoroso.Dona Santa é tão meiga.E tão assustada.
Para levá-la para tomar um sorvete alí na esquina foi uma luta...o sorvete virou um café...
Para fazer que use um baton foi outra luta....não permito que vá a farmácia, mercadinho,banco sem que troque a roupa e passe um batom.
Ela está se acostumando ...E eu nunca desistirei dela.
Imagina!Ela já usa expressões para designar prazeres pequenos,usando minhas falas
- Dona Cristina,quando eu como esse pudim fico feliz para sempre, como a senhora!!!! E ri...
E peço a todos vocês que olhem para Macabéas, em suas casas,se há alguma, e mostrem que enxergam sim,seus valores.
E se não enxergam se esforcem...pelo menos leiam a vida de Madre Teresa,de Terezinha de Jesus e do Mahatma!
Seria bastante o Nazareno: ""Ao próximo como a ti mesmo... ""
Mil e uma Macabéas cuidadoras de idosos,de crianças, trocando fraldas, dando banho em nossos velhos,pensando em seus próprios velhos e filhos.
Olhem para elas.Como se fossem vocês.

TOME UMA ATITUDE GENEROSA

TUDO NA NATUREZA É ESPONTANEAMENTE GENEROSO.PODEMOS SER GENEROSOS NA AÇÃO,NO SENTIMENTO E NO PENSAMENTO.QUANDO AGIMOS GENEROSAMENTE,PARTIMOS DE UMA CONSCIÊNCIA DE PROSPERIDADE E ABUNDÂNCIA,NA QUAL A ÊNFASE ESTÁ NA QUALIDADE E NÃO QUANTIDADE.QUANDO SENTIMOS GENEROSAMENTE,NOSSA DOAÇÃO É ESPONTÂNEA E INVISÍVEL.QUANDO PENSAMOS GENEROSAMENTE,COMPREENDEMOS QUE A ALEGRIA DE DAR E A CAPACIDADE PLENA DE RECEBER SÃO PARTE DE UMA ÚNICA DÁDIVA.
O LIVRO DAS ATITUDES

Paz e Luz
Cris

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

PARA QUE FOMOS FEITOS?

NEM PARA A TERRA NEM PARA O CÉU
FOMOS FEITOS. NEM MESMO PARA SER LEMBRADOS.
NO ENCONTRO ENTRE A LUZ DOS NOSSOS OLHOS
E A IMAGEM DAS COISAS PROVISÓRIAS
CONSISTEM NOSSA NOITE E NOSSO DIA.

NÃO TEM PREÇO E É INÚTIL
AQUILO PELO QUE SUSPIRAMOS.
MAS TAMBÉM É INÚTIL O QUE É PERFEITO
E NÃO TEM PREÇO A SUA PERFEIÇÃO.
POR FIM NÃO TEM PREÇO E É INÚTIL
TUDO QUE NOS PERDE OU QUE NOS SALVA.

FOMOS FEITOS PARA ALÉM DA VIDA
PEQUENA E - PORQUE PEQUENA - ANUNCIADA.
FOMOS FEITOS PARA O CLAMOR DO QUE NÃO SABEMOS.
PARA OUVIR O SOM DAS FLORES - GRAÇAS ÀS ABELHAS-

NO MURMÚRIO E NO ANÚNCIO DO SEU MEL

OS OLHOS DA VIGÍLIA
ÂNGELO MONTEIRO

Notícias fresquinhas daqui, de mim, de Ivone Pereira...
A tiazinha passou muito mal
A tiazinha apareceu com uma dor estranhíssima,de repetição,como se diz no linguajar médico.
E a Criszinha teve que voar,junto com Adiel para socorrê-la.
Minha mãe fez um plano de saúde para a irmã que dá direito a socorro domiciliar.
Eu uso e abuso do serviço, afinal tia Ivone tem umas marés altas,íssimas,érrimas.,superlativas mesmo de ziquiziras.
Ultimamente aparecem,a cada dia, mais complicações aparentemente diminutas mas...
perigosas,para alguém tão idoso e frágil.
Desde novembro,final,ela tem infecções recorrentes urinárias.Tratadas bem pela Dra. Silvia.
Mas a dor que ela teve noite dessas foi apavorante.Não parecia somente uma cólica.
Nunca vi a tiazinha gemer..
Pois o atendimento médico by fone indicou hospital mesmo e lá fomos nós...o plano dá dieito a remoção, mas só de ida.
Aí sim começou a agonia...
Será que ela volta?
O hospital tem uma emergência que funciona mesmo,e tivemos a sorte de pegar o plantão de um médico compassivo,competente.Exames mil, a tia sofreu horrores: por não se mexer sozinha e por ter 2 vértebras esmagadas, tudo dói,na minha velhinha.Eu fiquei de cão de guarda,cadela,aliás...
Prontinha para morder quem a tratasse com indelicadeza...mas qual o quê!
Correu tudo bem.
Foi naquela emergência que voltei a meditar sobre o tema MORTE.E escolhi novas postagens sobre finitude,de acordo com a gerontologia.
Trabalho para a Carolina Carol Carol Carolina bela...
A tia, em meio a tudo, pediu o óculos pois queria ver ""os procedimentos""...e eu fiquei alí, de conversa, com a mão na mão,afagando o cabelinho,prateado e macio dela.
Não pensei que ela voltasse para casa, não na mesma noite...
Voltou medicada, prescrição de antibiótico injetável,2 vezes ao dia, e analgésicos de 6 em 6 horas.
A tia se tornou tão doce...
O meu marido foi alvo,bons meses, da hostilidade dela,aqui em casa.
Tudo muda, tudo passa...
Todo o tempo naquele box da emergência ela passou perguntando:
-Cadê o Diel?
-Cadê ele?
Ele entrava um pouquinho e ela ficava toda feliz.

Hoje, dia 11, segunda-feira, a dor voltou.
Estou aqui esperando um sinal, uma piora para correr de novo.A Bete Oliveira(a fisio ) esteve aqui e fez um trabalho de relaxamento especialíssimo.Ela ficou assim, molinha...

O título do poema de Ângelo me provoca : PARA QUE FOMOS FEITOS?
Amado Ângelo,
Fomos feitos para esse aprendizado da entrega
Do Amor
Do Amor e desapego ao gesto mesmo do Amor,ao mesmíssimo tempo
Do Amor e paciência
Esse caminho por mim eleito de socorrer a tia, ao qual aderiu meu Adiel, á a substância da minha libertação de mim mesma, das minhas picuínhas.
Saí passeando pelos boxes ,no hospital, e fui constatando o clássico SOMOS TODOS UM.
Humana ecologia.
""N"" pessoas com os seus amados,
olhos assustados,
Corações apertados.
Nada custou sorrir,conversar,escutar.
Saí ganhando...saí em Paz.
E ainda agora vejo seus rostos...
É bastante uma emergência,de madrugada, para se saber do mundo
E das pessoas.
Todas as pessoas de todos os continentes.
Essas emergências são tão geladas...mesmo com os cobertores disponíveis.
Geladas em todos os sentidos.

Tia Ivone pediu que, ao chegar em casa,eu fizesse algo bem quentinho.
Chegamos já passava das 3.
Cappuccino,bisnaginhas com requeijão,e crises de riso.
A tia ria de balançar a pança...
Até que resolveu contar: quando os maqueiros da ambulância a colocaram de volta na caminha dela, ela soltou um pum!
E o tal pum foi o motivo dela relaxar e dormir sem pensar mais em espetadas e radiografias.

PODE SE CONHECER O MUNDO
SEM QUE SEJA NECESSÁRIO SAIR PELA PORTA
SEM OLHAR PELA JANELA
PODE SE CONHECER O CAMINHO DO CÉU.
QUANTO MAIS LONGE SE VAI,
MENOS SE APRENDE.
POR ISSO, O SÁBIO,PARA CONHECER TUDO,
NÃO PRECISA VIAJAR.
DÁ NOME ÀS COISAS SEM OLHÁ-LAS.
NÃO AGE E,CONTUDO, SE REALIZA.
TAO TE KING
LAO-TSE

Paz e Luz
Cris


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

AINDA DIA 5, PARA NÃO ESQUECER...

A POSTAGEM SOBRE FINITUDE QUE PEDI A CAROL PARA FAZER TEVE UM MOTIVO QUE AINDA NÃO ENCAREI...
MAS TÃO ÓBVIO,NÃO?
SE NÓS, SAUDÁVEIS, ATUANTES, A CADA DIA TEMOS UM DIA DE VIDA A MENOS E CAMINHAMOS PARA A FINITUDE NOSSA,IMAGINA UMA VELHINHA COM DEMÊNCIA, DOENÇAS MUSCULARES DEGENERATIVAS E DEPRESSÃO (CONTROLADA) ?
É SOBRE ESSE BEIRAR O ABISMO DA MORTE QUE COMENTAREI.
MAS SENTO AQUI E...ESQUEÇO.
MESMO.
CHEGA A HORA DE ESCOLHER,OPTAR EM PROLONGAR UMA VIDA COM MÁQUINAS OU PERMITIR UMA PARTIDA DESSE PLANO COM CARINHO, COM QUALIDADE,MINORANDO AO MÁXIMO QUALQUER INCÔMODO FÍSICO.
SEMANA PASSADA ELA ME ENCAROU LEGAL:
-VOCÊ VAI CUIDAR DE MIM ATÉ EU MORRER???
-SIM,TIA.VOU SIM
NOSSA HISTÓRIA É MUI BELA: A TIA TRABALHAVA,QUANDO MOÇA, COMO CUIDADORA,ACOMPANHANTE DE ACAMADOS, EM HOSPITAIS.
IMAGINA:DEU BANHO EM PAULO AUTRAN,QUANDO ELE QUEBROU UMA PERNA!
A TIA VIVIA COM A MADRINHA,POIS ELAS, MINHA MÃE ,TIA BIGA E ELA, ERAM ÓRFÃS DE PAI E MÃE.
DONA MARIQUITA ERA O NOME DA MADRINHA.
ACONTECE QUE DONA MARIQUITA APARECEU COM CÂNCER EM UMA DAS FORMAS MAIS DOLOROSAS:NOS OSSOS.
E A TIA IVONE LARGOU TUDO PARA SE OCUPAR DA MADRINHA AMADA.ATÉ ELA FALECER.
A MESMÍSSIMA COISA QUE FIZ E QUE FARIA DE NOVO E DE NOVO.
POR AMAR MUITO ESSA PESSOINHA.
CONTINUAREMOS A POSTAR SOBRE O TEMA.

PAZ E LUZ
CRIS

ESTRANHO,BIZARRO...TUDO ISSO ACONTECEU! INESPERADO...NORMAL SÓ TEM VOCÊ E EU ! LENINE

Inesperado mesmo...como é que eu não notei???
Esse lenga-lenga do controle remoto é...TOC ! Transtorno Obssessivo-Compulsivo.Adquirido.
Eu não imaginava que se adquirisse semelhante coisa .Pensei que já se nascesse assim,"tocado".
Mas ter ou não ter TOC não é a questão.
A questão é a qualidade de vida de todos envolvidos nessa situação estranha,bizarra.
O neurologista(O encantador Dr Werneck) deixou claro que o caminho dela é esse: a cada vez mais estranhezas, compulsões,ziquiziras.
A medicação para TOC detonaria a já pouca memória da tiazinha.
Então,logo ao chegar aqui, a fixação com dejetos já era o transtorno se manifestando.Bem melhor com o controle remoto...
Aliás...recomendo o documentário ESTAMIRA.Para quem aguentar,claro,ver seres humanos vivendo em um e de um lixão.
O filme romantiza a figura de Estamira,é certo, mas vale ser visto.É impressionante.
Mas o que tem isso com a tia Ivone?
Estamira é esquizofrênica, e as explicações que ela dá sobre certos fatos e sensações que tem passam por um...CONTROLE REMOTO!!!
E algo que"ela intitula o "trocadilo.
Então quando o bicho pega aqui com a tia,a gente sempre diz que é o trocadilo...
Mas o que é mesmo TOC?
Recentemente a Duetto lançou nas bancas O LIVRO DO CÉREBRO ,em 4 etapas.
Na última revista, há, entre outras mazelas, uma descrição do TOC:

""Mais conhecido como TOC,o transtorno obssessivo-compulsivo caracteriza-se por pensamentos recorrentes que causam ansiedade e/ou desejos compulsivos de realizar atos repetitivos ou ritualísticos em uma tentativa de mitigar a ansiedade.
A causa do TOC não é conhecida ,mas acredita-se em uma combinação de fatores de diferentes origens.
O transtorno tende a repetir-se em uma mesma família,podendo haver relação genética em alguns casos.(ops!!!!!!!)Também é associado à infecção pela bactéria streptococos.(As pessoas se estrepam..)
O tipo de personalidade pode ser um fator,já que os perfeccionistas parecem ser mais suscetíveis a desenvolverem TOC.
Em geral, os sintomas surgem na adolescência ou início da idade adulta e podem consistir em obsessões,compulsões ou ambas.As obssessões são pensamentos,sensações ou imagens involuntariamente recorrentes,que provocam ansiedade.Por exemplo,um medo de sujeira tão grande que a pessoa teme sair de casa e ser contaminada.As compulsões,por sua vez,são ações que o indivíduo se sente compelido fazer repetidamente em um esforço de se livrar da ansiedade,como checar coisas,por exemplo,verificando fechaduras e portas.
A pessoa é capaz de reconhecer que a obssessão e/ou a compulsão são irracionais,mas não pode controlá-las.
Paraserem diagnosticados como TOC os sintomas devem causar ansiedade,estar presentes na maior parte do dia por pelomenos 2 semanas e interferir significativamente no cotidiano.
A maior parte das pessoas se recupera com tratamento,embora os sintomas possam voltar sob stress.""
PG259
O LIVRO DO CÉREBRO
DUETTO

E agora José?A festa acabou...
Vocês não fazem idéia do tempo que levei para digitar esse pequeno trecho...na pontinha do dedo...Pois a tia tem TOC e vai ficar sem tratamento mesmo.E esperamos que ,do controle remoto, ela trafegue para outra fixação suportável,para ela.Ao voltar de Recife, onde passei 3 dias em dezembro,Dona santa contou loucuras da tia.
Ela pegava o sininho tibetano que amarrei na cama dela, para que possa nos chamar, e ficava com ele apertado,tocando sem parar, com Dona Santa ao lado!!
Ela mesma perguntou:
-Ivonete,porque estou tocando agora????
Tem resposta?
Não...mas podemos ter leveza nesses instantes sim...

TOME UMA ATITUDE PACIENTE

A ATITUDE PACIENTE SURGE ESPONTÂNEA QUANDO SEGUIMOS COM ATENÇÃO O FLUIR DE CADA MOMENTO PRESENTE.PARA TOMAR ESSA ATITUDE,É PRECISO QUE DEIXEMOS DE LADO A PRESSA E O ÍMPETO DA EMOÇÃO IMPENSADA.EM SEU LUGAR,INVOCAMOS A CALMA E A CAPACIDADE MARAVILHOSA QUE NOS VÊM DA ALMA DE SUPORTAR COM SEGURANÇA E FIRMEZA EVENTUAIS DESAFIOS E MUDANÇAS DE PLANOS. ESSA ATITUDE NOS COLOCA NUM TEMPO DIFERENTE DO TEMPO DO RELÓGIO E PERCEBEMOS QUE TUDO SEGUE UM PROCESSO NATURAL E ORGÂNICO.

O QUE SERIA DE TODOS OS SERES DA CRIAÇÃO SE A PACIÊNCIA MATERNAL E PATERNAL NÃO ESTIVESSE PRESENTE PARA APOIÁ-LOS NO SEU DESENVOLVIMENTO?
A PACIÊNCIA QUE VEM DA ALMA É UMA FONTE INFINITA DE APOIO SEGURO COM O QUAL PODEMOS CONTAR.

O LIVRO DAS ATITUDES
SÔNIA CAFÉ E NEIDE INNECCO
EDITORA PENSAMENTO

DAQUI A POUCO COMEÇA...
E A TIA PODE SIM,CONTAR CONOSCO!

Paz e Luz
Cris