quarta-feira, 5 de maio de 2010

NADA SERÁ COMO ANTES...

EU JÁ ESTOU COM O PÉ NESSA ESTRADA
QUALQUER DIA A GENTE SE VÊ
SEI QUE NADA SERÁ COMO ANTES, AMANHÃ
QUE NOTÍCIAS ME DÃO DOS AMIGOS?
QUE NOTÍCIAS ME DÃO DE VOCÊ?
ALVOROÇO EM MEU CORAÇÃO
AMANHÃ OU DEPOIS DE AMANHÃ
RESISTINDO NA BOCA DA NOITE UM GOSTO DE SOL

NUM DOMINGO QUALQUER QUALQUER HORA
VENTANIA EM QUALQUER DIREÇÃO
SEI QUE NADA SERÁ COMO ANTES,AMANHÃ
QUE NOTÍCIAS ME DÃO DOS AMIGOS?
QUE NOTÍCIAS ME DÃO DE VOCÊ?
SEI QUE NADA SERÁ COMO ESTÁ
AMANHÃ OU DEPOIS DE AMANHÃ
RESISTINDO NA BOCA DA NOITE UM GOSTO DE SOL...

Quem já não cantou essa canção, alguma vez?
Um arraso,na voz de Elis.
Melancolia na voz de Lô.
Uma esperança na voz de Milton.

Para o oitavo andar, aqui,ninguém consegue definir...
A porta do quarto da tia, que era o meu,continua fechada.Todo dia eu entro e mudo alguma coisa,pequena que seja, mas mudo.
Já transferi nossas roupas para o armário e virou quarto de vestir.
Adiel nem fala em desarmar nossa cama e levar de volta.
Dona Santa ,hoje, foi lá...falar com a tia.
Esqueceu.
Eu estou condicionada a andar só pelo bairro...aquelas corridas ao banco,ao café aqui na frente,ao mercado,à farmácia.
Fui à Americanas e me percebi quase voando,como antes.Para que mesmo,agora?
Desacelerei e fiquei na pracinha.
Não dou conta de rua,ainda.De pessoas.
Somente agora vejo o esgotamento do meu corpo.
Ao contrário do que sempre fiz, estou vivendo meu luto.Sem engolir.
Dessa vez,não adoecerei .
Meu luto comporta solitude.

Não quero papo não.
A rede,junto do janelão,me salva...fico alí,olhando o céu.
De repente parece que escuto a tia me chamar...
Lembranças.
Tantas...
Paz e Luz
Cris